domingo, 29 de abril de 2012

Ferroviários Mairinquenses são homenageados

Sr. Ciro Gomes, faz a abertura da cerimônia
em homenagem aos ferroviários
Na manhã de domingo, 29, a Associação Mairinquense de Preservação Ferroviária - AMPF, fundada em 11 de julho de 2006, realizou na Estação Ferroviária de Mairinque uma homenagem aos ferroviários da cidade.
Esteve presente para abrilhantar o evento, o Coral do Clube da Melhor Idade, que juntamente com os participantes cantaram o hino da cidade. Também prestigiou a cerimônia, o prefeito Denys Veneri, o vice-prefeito, Denilson da Padaria, o vereador André do Bar, o presidente da AMPF, Sr. Ciro Gomes, o diretor Davi Ferrari, os ex-prefeitos, João Ideval Cômodo e José Luiz Belini, entre outras autoridades.
Foram quatorze ferroviários homenageados, José Leme, João de Souza, Bráz Pompiani, Silvio Maria Silveira, Rogério Estavam, Francisco Rodolfo Baião, Casemiro Godinho Domingues, Pedro Dorival Majestade Martins, João Ideval Cômodo, Maurilho Alves, Florival Alexandre de Aguiar, Paulo Machado e Carlos Messias.
Após a singela cerimônia comandada pelo Sr. Ciro Gomes, que comoveu a todos, foi servido um coquetel aos parentes e amigos dos homenageados, onde aproveitaram para relembrar a importância que a ferrovia trouxe para o progresso principalmente da cidade.

Coral do Clube da Melhor Idade abrilhantou o evento
HISTORICO DA LINHA: 
A E. F. Sorocabana foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922, quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes, porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época à beira da falência. Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia, vendida para o Governo paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para o grupo de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas linhas incorporadas pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno, desde os anos 1920 passaram a atender principalmente os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa até hoje, para trens de carga.
A ESTAÇÃO:

Família Machado esteve presente prestigiando a cerimônia
Nos primeiros estudos para a sua construção, em 1892, o local hoje ocupado pela estação de Mairinque era denominado Entroncamento, devido ao fato de, dali, se projetar o entroncamento da linha que viria de Itu e também da que seguiria para Santos. A região onde hoje está a cidade e a estação era conhecida como Canguera, nome de uma grande fazenda do local. A estação, pronta em 1897, juntamente com a inauguração da linha para Itu, mas não a de Santos (que somente sairia dali muitos anos depois), já havia recebido o nome de Mairink, em homenagem ao sr. Francisco de Paula Mayrink, presidente da Sorocabana a partir de 1882. A importância da estação foi crescendo rapidamente, tanto que em 1902, as oficinas da linha, que estavam em Sorocaba, foram todas transferidas para Mairinque. Mas o mais importante de tudo foi o surgimento de uma nova cidade, com o nome da estação, pela Sorocabana. Conforme o relatório da época, lê-se que: "Serviços Feitos na Estação Mairink, Entroncamento da Linha Ituana e da Nova Linha para Santos, na linha S. Paulo ao Tibagy e Itararé. - Projetando a Companhia vender os terrenos, que possui nas imediações desta estação para formar ali uma povoação, foi levantado o terreno n'uma área de 125 hectares ou cerca de 52 alqueires paulistas, dos quais ficam destinados 72 hectares aproximadamente para as futuras oficinas central da Companhia, para as moradias do pessoal das mesmas e para mais necessidades futuras, sendo os restantes destinados para a futura povoação. A planta elaborada previne por ora 355 lotes, com uma área média de 800 metros quadrados (20 m de frente por 40 m de fundo), variando as áreas entre 460 m. q. e 1.400 m. q. e mais duas chácaras, com uma área total de 331.464 metros quadrados. Os 6 largos projetados, as avenidas e ruas representam uma área de 199.109 m. quadrados ou cerca de 38% da área total da povoação. O projeto teve assim em vista garantir boas condições higiênicas para a futura povoação que pela sua posição no cruzamento de linhas importantes e altitude de 870 metros sobre o mar, pelo seu clima sadio e pela faculdade de obter-se água das cabeceiras próximas do Rio Piragibú, além da facilidade de prevenir-se esgotos em três direções, poderá tornar-se no futuro um ponto importante". Foi também adquirida perto da estação uma área que se tornou um dos hortos da Sorocabana. O prédio atual da estação, construído pelo arquiteto Dubugras, é famoso pelo seu estilo, tendo sido o primeiro a ser feito em concreto armado no País, inaugurado em 1906, depois de dois anos de construção. Momentos de festa ocorreram em 7 de julho de 1922, quando da passagem da comitiva que transportava o aviador Gago Coutinho e o então dono da Votorantim, Antonio Pereira Ignácio: "na estação de Mayrink, á chegada do comboio, uma grande manifestação por parte dos operários das oficinas da EFS, e onde os excursionistas foram recebidos ao som do Hymno Portuguez (...). (Revista Portugal-Brasil, A Hora Gloriosa da Raça, ed. Monteiro Lobato e Cia, 1922). Na estação existiu um bar (ver abaixo). Até os anos 1980, ainda seguiam para a estação os trens elétricos Toshiba, que desde Itapevi eram a linha de subúrbios da Fepasa. Quanto aos trens de passageiros da linha São Paulo-Presidente Epitácio, estes deixaram de circular em 16 de janeiro de 1999. A estação esteve fechada por anos, mas seus desvios nunca deixaram de abrigar um movimento muito grande de trens. Finalmente, foi adquirida pela prefeitura municipal, que a reformou e transformou no Centro de Memória Ferroviária de Mairinque, inaugurado em 29/05/2004. O prédio da estação, mesmo com a reforma, permanece em mau estado.
Autoridades e homenageados posam para fotos ao final do evento

http://www.estacoesferroviarias.com.br/m/mairinque.htm - (Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Renato Cesar Favero; Antonio Gorni; Antonio Cardodo; Carlos R. Almeida; Stenio Gimenez; Museu de Mairinque; Thomas Correa; Antonio Soukhef; Nick Lawford; Kenzo Sasaoka; Ricardo Koracsony; O Estado de S. Paulo, 1998; E. F. Sorocabana: Relatórios oficiais, 1875-69; E. F. Sorocabana: Guia Oficial, 2o semestre 1953; Portugal-Brasil, A Hora Gloriosa da Raça, 1922; IBGE, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
Foto: ARQUIVO PESSOAL


Nenhum comentário: